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  • Foto do escritorJéssica Rebouças

F.V.E



Já faz duas noites que eu não durmo, muitos pesadelos e sinto como se estou sendo observada, muitas vezes que abro os olhos, me deparo com uma sombra me observando. Não aguento mais, preciso dormir e quero saber o que essa sombra quer comigo.

Então decido fazer o FVE (Fenômeno de Voz Eletrônica), coloco minha TV na estática e conecto um microfone, espero dar 3:00 da madrugada. Apago todas as luzes e ligo a TV, ouço apenas a estática e pergunto:

— Tem alguém ai? Se houver alguém, se manifeste!

De repente a estática para e surge um rosto na tela.



— Estarei sempre te observando. – Afirma uma voz sinistra. – Tenha um único descuido, que este será o último HAHAHAHA

A TV se apaga e a casa fica gelada, a sensação de estar sendo observada aumenta. Assim que olho para trás me deparo com uma sombra negra de olhos vermelhos, tento soltar um grito de ajuda, mas minha voz não sai. Me levando do chão frio e tento sair correndo, mas sou arrastada pela casa. A sombra me arremessa contra a parede e se transforma em um ser demoníaco, ela tenta me possuir, mas consigo brigar comigo mesmo para que isso não ocorra.

Sinto sangue escorrer pelos meus olhos e nariz, mas não desisto, não deixarei essa criatura horrenda me dominar. Essa guerra dura à madrugada inteira, assim que o dia amanhece, sinto que o ser me abandona e caio sobre o chão frio, já que estava sendo grudada na parede.

Assim que me sinto livre saio correndo de minha casa, mas acabo sendo atropelada por uma viatura que estava correndo atrás de um bandido, fico internada por vários dias e ao sair do hospital sou encaminhada por um centro psiquiátrico, já que me diagnosticaram com esquizofrenia aguda.

Quanto mais eu falava das experiências que passava na antiga casa, mais eles me dopavam com medicamentos fortíssimos. Em um atendimento com o médico psiquiátrico resolvi mentir e eles me liberaram alegando que já estava curada da minha esquizofrenia. Ao sair do hospital passo na casa de meus pais e digo que irei viajar, compro roupas novas e vou embora do País.

Anos depois...

Estou feliz com minha nova vida e meu novo lar, nunca mais vi a tal aberração, mas tomada pela curiosidade ligo para a imobiliária:

— Imobiliária Casa e Vida, bom dia?

— Bom dia, meu nome é Ana e eu morei por muito tempo na casa da rua treze. Gostaria de saber se meus pais deram baixa para mim?

— Sim senhorita e acertaram o aluguel.

— A casa ainda esta para alugar?

— Não, o dono decidiu demoli-la, alegando que um espírito atormentava a residência. Parece que seu primeiro inquilino se enforcou no banheiro.

— Sério?

— Sim, mas a história do espírito era boato, porém muitos moradores fugiram como à senhora. Então o dono resolveu destruir a residência, é uma pena, já que era uma linda casa.

— Sim.

— Algo mais?

— Não, obrigada.

— A Imobiliária Casa e Vida agradece a ligação, tenha um ótimo dia.

Quem diria que o tal espírito atormentava a todos? E que era o primeiro inquilino? Mas estou feliz que todo esse pesadelo acabou e espero que esse desgraçado esteja queimando no fogo do inferno.

Ana pega a chave da sua nova casa e decide correr um pouco, mas o que ela não sabia que na pequena sombra do canto da parede algo de olhos vermelhos a observava.

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