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  • Foto do escritorJéssica Rebouças

Jorge o espírito maldito.




Meu nome é Rosangela e sou uma PM aposentada, adorava o meu trabalho, dava mandado de prisão para todos os tipos de criminosos, já fui ameaçada de morte e já precisei matar para salvar minha vida e a de inocentes.

Eu já presenciei de tudo, normal para a rotina de um Policial Militar. Porém, houve um dia que aconteceu algo inexplicável, estava com minha companheira de trabalho e ela também presenciou o ocorrido.

Era uma noite fria e pacata, estávamos fazendo uma ronda, quando passamos por uma loja e vimos um ladrão pulando o muro, porém ele estava saindo do estabelecimento e não carregava nada de valor, achei estranho e comentei com minha companheira:

— Olha que estranho, aquele sujeito roubou o estabelecimento, mas não está carregando nada de valor?!

— Vamos abordar ele e ver se realmente não está carregando nada de valor. Será que ele não é de alguma gangue e apenas esta averiguando o estabelecimento?

Acenei a cabeça positivamente e saímos com a viatura, ao chegar bem perto, subi na calçada e o encurralei:

— PARADO, POLÍCIA

Ele simplesmente atravessou a rua correndo, dei ré e voltamos a segui-lo, em certo momento notamos que o individuo tentou se esconder em um beco escuro. Estacionei diante daquela escuridão e acompanhada de minha companheira o seguimos.

Tempo depois...

Ao longe avistávamos uma sombra totalmente negra de costas para nós, retiramos as armas da cintura e apontamos para ela:

— Vire-se queremos interroga-lo, e não faça nenhum movimento brusco.

O ladrão se virou devagar e quando olhamos para o rosto dele, notamos dois olhos vermelhos e um sorriso de gelar o corpo. Estávamos assustadas, porém minha companheira com mais medo atirou na criatura. O ser macabro se revoltou e avançou para cima dela, a pegou pelo pescoço e a arrastou pelo beco sujo e escuro, totalmente paralisada de medo respirei fundo e corri para salvar minha amiga, mas eles sumiram na escuridão.



Depois de tanto correr eu a vi caída próximo da viatura, me aproximei perguntando:

— Esta tudo bem?

— Não, estou com muita dor.

— Onde esta aquela criatura?

— Fugiu pelo esgoto.

— Então vamos para o hospital, antes que ele volte.

Horas depois...

Cheguei à delegacia e estava decidida a relatar tudo para meu superior. Me aproximei de sua porta e entrei sem ao menos bater.

— Chefe posso falar com o senhor?

— Claro, entre e feche a porta.

Contei o ocorrido para ele, meu chefe simplesmente se aproximou de mim e começou a cochichar:

— Esse espírito quando estava vivo se chamava Jorge, ele era um criminoso que arrastava suas vítimas para aquele beco e as torturavam até a morte. A PM sempre o prendeu, mas ele era astuto e sempre fugia da penitenciaria. Em uma noite, ele fugiu e se escondeu no mesmo beco, a polícia o encurralou e o matou a tiros.

Eu estava totalmente perplexa com o que ouvira.

— Isso faz quanto tempo?

— Vinte anos. – Meu chefe me vendo totalmente muda, resolveu mudar de assunto. – E a Maria como esta?

— Esta bem, quebrou apenas uma costela.

— Diga que mandei lembranças.

— Claro chefe.

Dias depois...

— Fico feliz que tenha vindo me visitar minha amiga. – Comenta Maria me mostrando a cadeira. – Como anda a delegacia?

— Normal, eu preciso te contar uma coisa. – Exclamo sentando ao lado dela. – Aquela criatura era um espírito de um marginal.

— Sério? Como chamava?

— Jorge.

— Já ouvi falar dele, assim que entrei para a polícia eu ouvia conversas paralelas. Mas nunca dei importância até ver com meus próprios olhos.

Um mês depois...

Maria voltou a trabalhar normalmente e sempre que passamos em frente ao beco, víamos Jorge nos olhando com seus olhos vermelhos e seu sorriso macabro.

Certa noite fomos a uma ocorrência ali perto e trombamos de frente com ele. O espírito simplesmente sorriu e no alertou em alto e bom som:

— EU AINDA AS MANDAREI PARA O INFERNO.

Maria e eu nos preparamos para atirar, mas os restantes das viaturas se aproximaram e Jorge se transformou em fumaça que foi levado ao vento frio e cortante daquela noite conturbada.

Muitos anos se passaram e nunca mais ouvir falar do espírito, mas certa noite resolvi pegar meu carro e passei lentamente pelo beco. Ele estava ali me olhando e sorrindo para mim, seus olhos gigantes e vermelhos eram de gelar a espinha.

— Não se preocupe. – Exclama Jorge dominando meus pensamentos, sua voz grossa era de arrepiar. – Estarei esperando ansioso a sua morte e assim te arrastarei para o inferno.

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